A Raízen, joint-venture de energia entre a Cosan e a Shell, está acelerando o encerramento de ativos no setor de cana-de-açúcar. Após a venda da Usina Leme, a companhia descontinuou a Usina Santa Elisa e planeja mais vendas.
Em maio, a Raízen vendeu a Usina Leme por R$ 425 milhões. Em seguida, decidiu interromper a operação da Usina Santa Elisa e vender 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por R$ 1,045 bilhão. A São Martinho, uma das compradoras da cana, também assumirá cerca de 10,6 mil hectares de área com cana-de-açúcar para processamento.
A Usina Santa Elisa, fundada em 1914, foi adquirida pela Raízen em 2021 em um negócio de R$ 3,6 bilhões que envolveu outras usinas.
Somando a venda dos canaviais da Usina MB no ano passado, a Raízen colocará no caixa cerca de R$ 2,2 bilhões. A companhia deve anunciar a venda ou descontinuidade das usinas de Rio Brilhante, Passatempo e Continental nos próximos meses.
A Raízen alega que a operação das unidades não deu o retorno esperado e que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a dívida, que somava R$ 34,3 bilhões ao fim do último exercício. O prejuízo líquido foi de R$ 2,5 bilhões. A Raízen afirma que as movimentações fazem parte da “estratégia de reciclagem de ativos para captura de eficiência agroindustrial” e “redução do endividamento”.
A Raízen também está reciclando ativos no setor de geração distribuída. Em julho, anunciou a venda de 55 usinas com capacidade instalada total de 142 MWp, estimando um negócio de R$ 600 milhões. Em abril, já havia vendido 31 projetos de usinas de geração solar distribuída para a Élis Energia por R$ 700 milhões. A companhia também confirmou o encerramento da joint-venture com o Grupo Gera.